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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

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UM NOBEL PARA JANE FONDA

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Talvez o único grande problema dos Prémios Nobel seja serem poucos e em tão poucas áreas. Porque eles têm um enorme efeito na confirmação e promoção de autores, personalidades e cientistas, juntamente com a canonização dos seus trabalhos e causas. Por vezes, chegam já muito tarde, outras vezes demasiado cedo e em algumas ocasiões chegaram a ser errados, algumas das quais chegando inclusive a ser retirados. Acontece, como tudo na essência humana, nada é infalível.

 

Por outro lado, o trabalho da Academia Real das Ciências da Suécia (que concede o Nobel da Física, o Nobel de Química e o "Nobel da Economia"), da Assembléia do Nobel do Instituto Karolinska (que concede o Nobel de Fisiologia ou Medicina), da Academia Sueca (que concede o Nobel da Literatura) e do Comité Norueguês do Nobel (que atribui o Nobel da Paz, único que não é concedido por uma organização sueca), não é fácil nem emana de nenhuma consciência sobrenatural. Nem deixa de ser um reflexo de uma visão subjetiva do mundo. Uma escolha entre escolhas.

 

É por isso que dá para fazer uma biblioteca de autores revolucionários que nunca receberam um Nobel, ou de outros que chegaram mesmo a ser censurados pelos avaliadores. Da mesma forma que existem inúmeros cientistas que desenvolveram e desenvolvem trabalhos de suma importância, quer para a sociedade, como para os próprios premiados que acabam por beber desses caminhos desbravados, sem serem eles mesmos galardoados. Assim como há quem lute ativamente pela Paz, seja com causas ou ações universais ou locais, sem nunca vir a receber uma medalha de ouro. Outros foram os que as receberam, em tempos mais sombrios e controversos, que as doaram ou derreteram para ajudar refugiados ou companheiros de luta e de causas.

 

Mas, mais importante do que receber um Nobel, é continuarmos a acreditar no poder das ideias e na capacidade destas em transformar o mundo e de implementar mudanças na nossa realidade e no desenvolvimento humano sobre os conflitos que nos assaltam. Os premiados renovam a sua missão, com maior responsabilidade. Os outros, nós em geral, teremos que continuar firmes na luta diária por um mundo melhor e mais justo.

 

Como Jane Fonda, que com 81 ainda acredita que é possível salvar o Planeta e foi presa hoje por protestar contra o aquecimento global, em frente ao Capitólio, em Washington. Mesmo assim, ela já garantiu que não vai parar com os protestos. Força Jane, força Greta, força a todos os que continuam a lutar mesmo sem Nobel.