Sobre o(s) dia(s) da(s) Mulher(es)
O dia 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher, não serve, essencialmente, ou exclusivamente, para afirmar a força e grandeza das mulheres; mas sim e sobretudo para reivindicar a necessidade de reconhecer os direitos fundamentais, como a igualdade salarial, a liberdade sexual ou a equidade de direitos civis, precisamente a esses seres maravilhosos, fortes e imprescindíveis da condição humana, que são todas as mulheres. Muito menos é um dia para fazer simbolizar a sua delicadeza, através de gestos ou símbolos condescendentes, que não mais fazem do que reforçar as mesmas desigualdades que devemos combater. É um dia necessário para que todos os outros dias do ano possam ser diferentes, até que o primeiro dia de uma mulher seja verdadeiramente tão libertador e potencial quanto o primeiro choro de um homem, desde o berço.
À parte disso, será escusado dizer que cada mulher possui, por isso mesmo, a liberdade de fazer dele aquilo que bem entender, sem ser por isso importunada, ou mais ou menos respeitada. Infelizmente, quando se diz que a "educação" deve partir de casa, quando este é um problema ainda social, é aqui que também as escolas e a chamada "Educação Cívica" deviam ter um papel, quer na afirmação do respeito mútuo e da igualdade, quer na partilha de conhecimento fundamental, muitas vezes vedado ou impingido em casa. De resto, continuo a desejar hoje, como ontem, que haja mais mulheres fortes a serem reconhecidas como tal, com salários justos, posições de liderança e os mesmos direitos de afirmação individual que qualquer outro "macho".
Foto: Greve Feminista na Islândia com 95% de adesão, 1975, Foto de Olafur K. Magnusson/BBC.