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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Maria, amor de mãe

 

Mary Cassatt

"Nos meus filhos ninguém toca!!!", foi com esse espírito de leoa que nos criaste, é com esse mesmo espírito que ainda hoje cuidas de nós, mesmo à distância. Sem ser prefeita, sempre foste a mais humana de todos nós. Contigo aprendemos a amar, a lutar, a brigar, a levantar a voz, a rir e a chorar. Contigo aprendemos a dar os primeiros passos e a falar. Contigo sentimos as saudades do pai. Contigo aprendemos a cuidar dos outros e o significado da palavra sacrifício. Brigámos e voltámos sempre a encontrar amor e carinho na conciliação do amor e carinho que nos unem. Continuamos a partilhar os anseios dos tormentos que nos desassossegam, e a encontrar paz nas palavras que servem de colo às nossas vidas. Não existe colo como o de mãe. Não existe cozinha ou pastelaria mais saborosa ou doce do que a tua. Saudades da nossa mesa recheada de aromas, de palavras e barulho, farta de amor e partilha. Saudades de atrasar as horas do relógio, para esticar o almoço até ao jantar, prolangando a nossa companhia por horas infinitas. Saudades até dos gritos na hora do castigo, e da música alta durante as tardes de limpeza juntos. No fundo, vontade de voltar a ser criança, para poder adormecer nos teus braços, com a certeza de que o mundo é um lugar seguro, onde nada de mal me pode acontecer, porque tu estás ali a cuidar de mim. Que ilusão tão doce. 

 

Feliz dia das Mães, Maria. Obrigado pelo teu "amor de mãe", pela tua coragem e determinação, mesmo frente ao desconhecido, obrigado pela tua força e confiança, obrigado por todos os teus sacrifícios e amarguras, obrigado por todos os mimos açucarados com que tentaste preencher as brechas da vida. Obrigado por teres aprendido a ser mãe ao mesmo tempo que nos foste ensinando a ser filhos. Ainda hoje aprendemos tanto. 

 

Logo, logo, estaremos juntinhos, a tentar esticar os dias e as horas, para que a despedida não chegue mais. Logo, logo, será mais um daqueles dias que recordamos com amor as horas que passámos agarrados à imagem pixelizada do telefone, certos de que do outro lado estava o afeto incondicional e livre que fez sempre de nós uma família! Obrigado, mãe! Obrigado, Maria!

 

Imagem: Mary Cassatt, "Mãe e criança no Conservatório" (1906), óleo sobre tela, New Orleans Museum of Art.

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