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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Pena de Morte

 

 

               Há na nossa sociedade hoje em dia, temas muito controversos e susceptíveis de varias analises, que têm vários contornos e abordagens, gerando assim muita polémica em diversos debates, um deles é a Pena de Morte. A contra ou a favor, há muitos e variados motivos que levam as pessoas a tomar um dos partidos, mas a pergunta que me fica sempre na cabeça quando penso neste assunto é: será que temos nós o direito de julgar?

 

                A pena de morte esta legalizada hoje em dia em vários estados dos EUA, na China e não tenho agora memória de mais países do mundo, e uma das politicas defendidas por estes apologistas do “olho por olho, dente por dente” é que a pena de morte funciona não só como medida de penalização para quem comete graves crimes mas também e inclusive como medida de prevenção outros crimes, justificando-se depois com níveis de índice de criminalidade de ano para ano, mas será mesmo isso necessário? A verdade é que na China são executadas todos os anos milhares de pessoas, segundo dados oficiais, será que todas são verdadeiramente culpadas e terão tido um julgamento justo e digno? Quantos dos condenados não são inocentes e só anos mais tarde se vem a descobrir, à imagem do que está a acontecer nos EUA, onde só no estado de Dallas foram soltos já 18 prisioneiros condenados à já mais de 30 anos, depois de feitas analises de ADN. O sistema judicial, quer se queira quer não, também erra, bastante.

 

                Por vezes, quando nos vemos envolvidos numa situação complicada, em que fomos lesados, em que algum familiar foi morto, assassinado, quando perdemos alguém, dizemos por vezes, em voz alta e cheia de convicção, que a única solução seria tirar-lhe também a vida ao culpado, que não merece viver entre os demais, queremos faze-lo ou pensamos em faze-lo, mas no fundo no fundo, sabemos bem que a vida desse ente não será restabelecida com a morte de outra pessoa, culpada ou não, que não há volta atrás e tudo será pouco, sabemos bem no fundo que não seriamos nós capazes de o matar, ou de lhe tirar a vida, ao culpado, pois não somos um assassino como o mesmo, no fundo quem tira a vida a outra pessoa será sempre um assassino, independentemente dos motivos ou causas, justas ou não, mais ou menos nobres, que o levam a fazer tamanha barbaridade.

 

                Quem não sabe viver em sociedade é porque não recebeu, quando devido, a melhor formação, deve então ser “ensinado” a faze-lo, reabilitado e voltar, depois de saudada a sua divida pra com a mesma, para junto dos demais, mas será que há gente que merece tal coisa, será que não deviam, talvez até em vez de morrer e partir, ser torturado, viver miseravelmente o resto dos dias que lhe restam , até que grite por perdão e que o seu único desejo seja apenas morrer, partir, até que sufoque de arrependimento?

 

                A verdade e o que esta mais que provado é que a pena de morte não é a melhor opção, e como tal, muitos países do mundo ainda se revelam de pé atrás, não considero correcto de nem de justiça, decidirmos tirar a vida a outra pessoa, independentemente do que esta tenha feito ou não, imaginam-se na vida de um médico que tenha como função ir todos os dias a um estabelecimento prisional dar a injecção letal a uma pessoa, se este é julgado por ter tirado a vida de alguém, se ninguém tem o direito de decidir quando o fim ou o termo da vida do outro não creio que um jurado ou um juiz o tenham também.

 

                Ao olharmos para a sociedade de hoje em dia, que tem picos comportamentais que variam de extremos para extremos, onde uns lutam para um mundo sem guerras e outros lutam por mais uma guerra todos os dias; onde uns só querem tirar o planeta desde aperto ambiental e em que outros só se interessam pela sua riqueza; onde morrem 24 pessoas todos os dias por desnutrição e 48 de doenças derivadas de excesso de alimentação e dietas desreguladas e exageradas; neste mundo dividido demais por extremos muito opostos, onde não há ponderação, não podemos adivinhar o que vem a seguir, como será o futuro desta humanidade, mas sei que o que é urgente é saber-se achar um meio-termo, há que deixar de brincar a este joguinho mesquinho de ser Deus!

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