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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

As coisas

As coisas que sabemos, não sabemos e pensamos saber ou não saber uns dos outros não passam disso mesmo, de coisas! Se as sabemos ou simplesmente as desconhecemos, ou se as sabemos mas não as conhecemos e até mesmo se as conhecemos mas não as controlamos não interessa, não deixam de ser coisas e como todas as coisas, as coisas são fúteis!

Quantas vezes não sabemos muitas coisas mas não sabemos pessoas, as pessoas inclusive de quem sabemos as coisas e controlamos as coisas? No entanto as coisas das pessoas não nos aproximam delas, não nos deixam mais conhecedores de quem e como são, de como reagem e qual a sua essência onde está o diamante em bruto da sua alma. Depois, depois tratamos as pessoas como coisas, como as coisas que abandonamos e tentamos substituir, as coisas que pensamos que podemos corrigir, tratamos melhor as coisas que as pessoas e as pessoas passam a ser coisas mais mal tratadas que as suas próprias coisas, que tratamos como pessoas.

Porque não deixamos as coisas como estão e damos a cada um as coisas que lhe pertencem? Não podemos ser nós originais autênticos e únicos? É que à diferença de todas as coisas as pessoas não se substituem e cada um deixa a sua marca e a impressão digital, que cada um marca em cada um, é única e inalterável, impossível de apagar e infinitamente marcante, dura mais que as coisas.

Alterem as estantes, mudem os lençóis da cama, não usem mais aquele perfume, mudem de opinião, não olhem mais, mas não tentem mudar as coisas do passado que nos marcam hoje e no futuro, não queiram mudar as pessoas de lugar. Por mais que troquemos os rostos de uma moldura o coração verá sempre o que quer, aquele que deixou mais saudade.  

09.02.08

João Pereirinha