Pensamentos ocultos no imaginário
Pensamentos ocultos no imaginário
de qualquer um que por aqui passa
Pensamentos perdidos nas folhas de um diário
como a calçada esquecida de uma praça
Pensamentos que me saem do armário
e com eles não sei que faça
Espíritos que se apoderam da monotonia
que pode chegar a ter um simples dia.
Estes gestos insignificantemente significativos
que orbitam à volta da minha conduta
Parecem por vezes ganhar força, estar vivos
e a verdade é que sou incapaz de ganhar a luta.
Pensamentos irresistíveis, convidativos
e a minha vontade de lutar é muito diminuta
não me interessa ser dominado,
Pois eles deixam-me imensamente inspirado.
E lá vou eu cair mais uma vez
na tentação de tentar o que não devo,
mas prometo ser a ultima este mês
e por isso trago comigo um trevo
para me dar boa sorte e nitidez
para no me despistar no relevo
e com ele manter a promessa
e não deixar escapar mais nenhuma peça.
Um dilema apenas meu
Que só eu devo resolver
para que não acabe como Romeu,
que tolice resistir e combater.
Coitado, não foi afortunado e morreu
não quis parar, não se quis render
foi mais fraco que estes pensamentos
Que nos levam a morrer por falsos alentos.
Sim, és tu que provocas estes desaforos
é o teu perfume, o teu odor, o teu cheiro
que libertam estes ferozes e selvagens touros;
É por ti que grito juras de amor ao mundo inteiro,
caço tubarões no oceano, conquisto terras aos mouros,
luto pela cruz e de Alexandre sou escudeiro.
Daria tudo em nome de ti, meu pensamento oculto
ser dono da minha alma, meu viver, respirar, meu luto.
João Pereirinha