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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Pensamentos ocultos no imaginário

Pensamentos ocultos no imaginário
de qualquer um que por aqui passa

 

Pensamentos perdidos nas folhas de um diário
como a calçada esquecida de uma praça

 

Pensamentos que me saem do armário
e com eles não sei que faça

 

Espíritos que se apoderam da monotonia
que pode chegar a ter um simples dia.

 

 

 

Estes gestos insignificantemente significativos
que orbitam à volta da minha conduta

 

Parecem por vezes ganhar força, estar vivos
e a verdade é que sou incapaz de ganhar a luta.

 

Pensamentos irresistíveis, convidativos
e a minha vontade de lutar é muito diminuta
não me interessa ser dominado,

 

Pois eles deixam-me imensamente inspirado.

 

 

 

E lá vou eu cair mais uma vez
na tentação de tentar o que não devo,
mas prometo ser a ultima este mês

 

e por isso trago comigo um trevo

 

para me dar boa sorte e nitidez

 

para no me despistar no relevo

 

e com ele manter a promessa

 

e não deixar escapar mais nenhuma peça.

 

 

 

Um dilema apenas meu

 

Que só eu devo resolver
para que não acabe como Romeu,
que tolice resistir e combater.

 

Coitado, não foi afortunado e morreu
não quis parar, não se quis render
foi mais fraco que estes pensamentos

 

Que nos levam a morrer por falsos alentos.

 

 

 

Sim, és tu que provocas estes desaforos
é o teu perfume, o teu odor, o teu cheiro
que libertam estes ferozes e selvagens touros;

 

É por ti que grito juras de amor ao mundo inteiro,
caço tubarões no oceano, conquisto terras aos mouros,
luto pela cruz e de Alexandre sou escudeiro.

 

Daria tudo em nome de ti, meu pensamento oculto
ser dono da minha alma, meu viver, respirar, meu luto.

 

 

 

 

 

João Pereirinha