Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

... mais um dia (acordamos)

Acordamos… ainda atordoados, pensando, alucinando, meditando, agindo e… agora já sem pensar, não sei onde estou… aquilo era real? Ou foi só um sonho? Apercebemo-nos nesse instante que existimos

 

somos parte do cosmos

 

pedacinhos de estrelas

 

amontoado de átomos e células

 

mistério,

 

nuvens pretas

 

raios fortes

 

flores do campo

 

borboletas

 

quem somos nós, não somos o que somos quando pensamos o que somos somos?

 

Olhamos numa superfície perfeitamente polida, espelho, onde somos sempre o que não queremos ser, onde espelhamos mais da alma que do corpo, onde não vemos o que deveríamos ver, e tentamos ver o que nunca conseguiremos ver,

 

mar de desilusões

 

esperanças

 

e desmotivações

 

Projectamos, imaginamos, concluímos ser aquilo que não somos. Limpamo-nos. Nítida a imagem? Não… Ainda não chegámos onde queremos estar, aborrecemo-nos, especulamos, não nos vestimos? É Carnaval.

 

Saímos, encandeados. Não há sol, olhares, estão em toda a parte.

 

Olha ali!

 

Uma Odisseia que nos bate nos olhos durante horas. Esperamos, berramos, gritamos, negociamos, perdemo-nos, berramos mais, comemos, sofremos, somos, sufocamos, desesperamos e berramos, Falamos?

 

Não, não sabemos

 

não falamos

 

berramos

 

gritamos

 

bafejamos

 

não falamos… alguns falamos, mas ninguém os ouve, e os que escrevemos ninguém nos lê, nesses , ninguém crê.

 

Adormecemos, também nos cansamos, mas não falamos… não sabemos. Ressonamos, bafejamos e sonhamos.

 

Amamos?

 

Não gostamos.

 

Preferimos sonhar

 

Não pagamos

 

Não sabemos amar.

 

Viajamos

 

Mas não sabemos navegar

 

Não nos governamos

 

Só sabemos naufragar

 

Pouco sabemos

 

Sobre o que vemos

 

Como podemos amar

 

Se o amor não o vemos?

 

Sonhamos, adormecemos

 

E nunca nos conhecemos…

 

25.01.2007

 

João Pereirinha