Nascer Inato
Nasci pequeno em tamanho
Na terra onde vim a crescer.
Cresci na escola, em tamanho,
E aprendi a escrever
As letras do alfabeto.
Vivi aqui bem perto
Deste Palácio sem tecto
Formado por paisagens grandiosas.
Apendi a amar, como Alberto,
Esta Força das paisagens,
Beleza e formas Viçosas
Na essência, pureza e ramagens.
Teimoso, fiquei
Na janela do meu terraço
Sob os montes e vales
Que a vista vê. Provei
Laranjas, azeitonas e melaço
Que me souberam ao que provei
E toda a tarde me deliciei.
Pior de todos os males
Seria se não pudesse ver,
Ou ficar surdo ou parvo de sentidos.
Pois se não pudesse perceber
Com os olhos ou ouvir com os ouvidos,
Os verdes e os ruídos
Disso seriam nada
E, quando me sentasse na esplanada
Do meu terraço, o cheiro teria
Que ser mais do que é! Seria
Ele ar, água e chão deste lugar
E tudo isso teria que me lembrar.
João Pereirinha
09 de Junho, 2010