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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Orgulhosamente Só









 

 

No recanto do meu quarto ecoam em meu espírito estas palavras, que, apesar de tudo, desalinhadas do contexto, enquadram-se perfeitamente a este texto, a este meu contexto.

 

O mundo, como um criança, pula, pouco avança e no sentido que o vejo ir, apenas o vejo recuar. Será fruto da nossa filosofia, ou será que nem a isso posso chamar “nossa” mas sim dos de mais, que a quando eu deixo o rio, todos o vejo a subir?

 

Em momentos assim, em que parece que a corrente está do avesso e acreditamos então na melodia dos loucos de Lisboa, tomando-nos nós próprios no seu lugar, cabendo-nos a nós o papel de loucos, podemos, se é que posso falar no plural agora, pensar que o mal é nosso?

 

Talvez seja. Ou talvez não, que importa isso? Quantos não foram os que nasceram fora de época, fora de contexto, e que fizeram eles de mais que os outros? Viveram, cresceram quanto baste, morreram e assim ficaram, nas páginas que escreveram, os que puderam.

 

Que direito temos afinal de nos achar melancolicamente sós e abandonados nas nossas intimas convicções, algumas não tão intimas quanto isso, mas mesmo assim profundas todas elas? Ora, quem tem que esclarecer todas as nossas interrogações se não nós mesmos, sem que para tal nos tenhamos que achar, presumir, mais importantes que aqueles, que sem interrogações, vivem felizes, apenas e só, neste mundo, habitantes?!

 

Escrevo e apago, palavras que ninguém poderá ver, que eu pensei, porque não as deixei, para ninguém julgar. Escrevo e apago, e volto a escrever, aquilo que na alma, não me para de roer. Escrevo, e não apago, aquilo que no pensamento tenho, digno de todos ler… na prosa a poesia, e a poesia prosaica, o mundo ao contrário e a humanidade devasta que, maioritariamente errada, os contextos formou, esqueceram-se contudo dos que com texto, sem contexto teriam que viver…

 

Que me resta então, se não as luzes apagar, e um livro ler. A esta altura do campeonato já não precisa de um bom livro ser, apenas um livro, pra que possa adormecer…

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