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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

O que se passou nas últimas semanas

Até parece que a produção escrita tem sido escassa ou nula. Tem sido menos intensa, mais curta e, sobretudo, menos divulgada. Atravessámos o período árido do ano onde parece que quase nada acontece, mas onde tudo foi acontecendo à nossa revelia. Falo, claro, do estado na Nação, bem como da aridez de ideias e cultura que parece evidente nos arcos do poder. E, juntando alguns pensamentos das últimas semanas, no total dão um belo texto que, além de espelhar a indignação fervilhante que carrego nas veias, esbate acima de tudo a desilusão e a vergonha por um sistema tão pouco representativo do verdadeiro país, ou pelo menos, do melhor país que ainda existe em Portugal.

 

6 de Agosto

 

Vem no Expresso de Sábado passado a notícia de que a RTP2 será descontinuada e vendida até ao final do ano, estando os conteúdos que não cabem na RTP1 já descartados de renovação. Tal questão fez-me lembrar um texto que escrevi há uns anos, quando o PSD estava na oposição e se queixava de asfixia. Este é para rir, «é apenas um humorista» que escreve. Hiperligação: “A Teoria do Polvo”

 

7 de Agosto

 

«Em 2006, o sector cultural e criativo empregava 127.000 pessoas e foi responsável por 2,8% da riqueza criada em Portugal, contribuindo mais para a formação da riqueza nacional do que, por exemplo, a indústria têxtil e de vestuário ou a indústria de alimentação e bebidas.» Hiperligação: “As artes e a cultura no fio da navalha - Jorge Barreto Xavier”

 

12 de Agosto

 

O problema é que não é só transportar bicicletas que se tornou quase impossível.

Inadmissível é que não haja praticamente linhas no Alentejo, que uma viagem de 300km que de comboio custaria 15€ e 4h40min agora custa 27€ e 6h só podendo ser feita de autocarro! Inadmissível é que a rede construída em 1900 tenha sido desfalcada, inutilizada, abandonada e perdido o fundamento para que foi construída: utilidade e mobilidade. Desde 1973 perdemos 2mil km de ferrovia e construímos 3mil km de autoestradas, para quê? Ficar a ver comboios, em casa! Hiperligação: “Viajar de comboio com uma bicicleta é cada vez mais difícil nas linhas da CP”

 

24 de Agosto

 

A RTP:

 

Existe a 1 : que passa programas da manhã como a SIC e TVI, que tem novelas brasileiras como a SIC e séries de qualidade duvidosa como a TVI, que tem três noticiários que replicam as notícias dos jornais e do canal informativo como a SIC e a TVI, que tem talk-shows como a SIC e a TVI, que tem intervalos de 12 a 15 min de publicidade como a SIC e a TVI, que compra notícias à Lusa como a SIC e a TVI, que transmite a missa como a TVI, que tem programas de vida selvagem aos sábados como a SIC, que transmite desporto e noticias desportivas que abrange apenas algumas modalidades como a SIC e TVI; que podia não existir.

 

Existia a 2: que transmitia filmes de qualidade a que poucos têm acesso nos circuitos de distribuição normais, como nenhum outro; que passava desenhos animados e séries educativas todos os dias de manhã, como nenhum outro, que não tem publicidade a não ser institucional, como nenhum outro; que entrevistava artistas, escritores e pensadores que - apesar de reconhecidos no meio - muitos ainda não conhecem, como nenhum outro; que transmite variadas modalidades desportivas com igual respeito de horários e qualidade, como nenhum outro; que transmite documentários que beliscam interesses, como nenhum outro; que cria e arrisca em programas culturais que expressam o que de melhor há na cultura lusófona em todas as áreas, como nenhum outro; que vai ser vendida e extinta.

 

Depois temos o serviço de televisão espanhola, que só em TDT tem 4 canais. Ah, e o TDT, só na fronteira tenho 40 canais espanhóis: 10 para cada 1 português (por agora, depois serão 13).

 

26 de Agosto

 

E vai-se a ver e a necessidade de rever e pensar o Serviço Público Audiovisual é um "Não-Assunto" criado para as 'Massas'. Vai na volta e até 'tínhamos' um Serviço Público Audiovisual abrangente, barato e que gerava lucro.

 

Nesse caso – e se a querem mesmo vender – só há uma hipótese: cada português deve dar 5€ para se tornar acionista da RTP/ quando a forem vender, só assim continuará nossa... Hiperligação: “O consultor António Borges e a sua equipa precisam de estudar um pouco mais que é para isso que lhes pagamos.”

 

1 de Setembro

 

Temos que reconhecer a razão onde ela está. Mais uma vez a crónica de Miguel Sousa Tavares, no Expresso de hoje. A verdade é que o país - o Governo e o Estado - é neste momento: o doente que para aliviar a dor do tiro na perna parte um braço!

 

Para esta pequenina 'elite' governativa: "Friends, always be friends"! Hiperligação: Crónica de Miguel Sousa Tavares

 

3 de Setembro

 

Ainda agora me ocorreu e gostaria de partilhar o pensamento: para quem já está e para quem vai entrar, o Ensino Superior chama-se precisamente «Ensino Superior», que por designação é algo acima da Primária ou pré-Primária que por sua vez é onde ainda podemos ser Básicos ou mesmo Primários, e por isso se chama Ensino Básico!!!

 

5 de Setembro

 

A sublinhar em: «A desistência do acto de pensar é a causa central da crise que atravessamos» e «Os jovens portugueses que quiserem ler Horácio ou Séneca terão, muito em breve, de ir para o Brasil, o que não deixa de ser irónico. Se as Cartas a Lucílio de Séneca fossem texto obrigatório no ensino secundário, a educação cívica e política dos portugueses seria de outro nível, e a recessão não teria atingido este ponto. Convém ir recordando a Nuno Crato que a matemática não resolve tudo.» Hiperligação: “Um país sem Latim”

 

8 de Setembro

 

Como português, de classe baixa basicamente, só já vejo dois caminhos de sobrevivência possíveis: ou peço um empréstimo de mil milhões entre vários bancos para montar uma cadeia de supermercados; ou emigro, para um país nórdico ou americano e peço a dupla nacionalidade e começo a descontar lá, mas sobretudo a Viver lá.

 

 

O Passos Coelhos é como aquelas pessoas que, quando o PC avaria, dão um pontapé na torre, mesmo onde está a placa mãe, na esperança de que assim ele obedeça a uma operação mal executada pelos utilizadores.

 

 

Análise estatística em Portugal:

Em 9.624.133 eleitores, somos governados por uma 'maioria absoluta' de 2.813.729 votantes, ou seja 29,24%. Democracia Representativa... Não podem dizer que o Governo não protege as minorias. (Fonte: http://www.eleicoes.mj.pt/legislativas2011/)

 

11 de Setembro

 

Já percebi o porquê de tanto desinvestimento na Educação, Cultura e Serviços Públicos: é que eles são burros, incultos e desconhecem o que governam! Portugal e os partidos do poder assinaram tratados e acórdãos que têm que honrar, pois "isto ainda não é a lei da selva, ainda não é a lei do Relvas"! Vídeo: “ESTRASBURGO: A situação da RTP”

 

 

Começa agora a contagem decrescente até 01.01.2013: Altura em que Portugal se tornará o primeiro país Europeu a violar todos os tratados até agora assinados com a União Europeia, Comissão Europeia, violando a própria constituição e mais endividado que nunca, sem possuir uma posição de interesse Nacional em nenhum sector energético, deixando de ter Serviço Público de Informação, cobrando mias impostos que no resto da Europa e retribuindo menos, sem serviços públicos de transporte que cubram todo o território e com um único bem capaz de exportar - Desempregados.

 

Acho que, depois de violada a constituição, o código civil e penal e cometidas umas quantas manobras retóricas para ludibriar as verdadeiras acções e intenções - mentindo descaradamente - é mais do que tempo para exigirmos a queda deste Governo/Estado/Sistema e mesmo as Formas Armadas não o poderão negar nessa altura! Como fundamento devem proteger o provo e a Nação como todo, bem o povo está em vias de extermínio, e sem povo não há Nação!

 

12 de Setembro

 

Manuel da Fonseca, Alentejano e escritor, disse nos tempos da ditadura: "Um homem sozinho não vale nada!". E tinha toda a razão. Isto só lá vai quando todos corrermos contra esta cambada, corruptos, burros, incultos, fascistas, extremistas, novos-ricos, sanguinários sociais e interesseiros que compõem um Sistema enorme, encabeçado por dois partidos que só subsistem enquanto ocuparem cargos de poder, repartindo a riqueza do país pelos interesses associados a campanhas e carreiras, bem como a capitais de multinacionais e regalias fiscais em fundações e empresas subsidiárias e que se estende por uma rede muito mais vasta que toca em muitas câmaras, jobs for friends, etc etc. Todo o Sistema Representativo montado na contrarrevolução mostra-nos agora que na verdade o 25 de Abril falhou, porque o povo não manda efetivamente. E o único que é eleito diretamente por este não está nem aí pouco mais ou menos preocupado com a fome, noites sem dormir, stress, falta de saúde e educação/cultura, pois ele é um dos que arquitetou e ajudou a montar aquilo que temos hoje: uma 'democracia' onde nem a Constituição, nem o código civil ou penal são respeitados ou funcionam; onde o governo maioritário é eleito apenas por 29% dos eleitores; onde a única salvação que nos resta é uma nova intervenção militar!

 

Estes, como defensores máximos da nação e do povo, já disseram que estão do nosso lado. Pare-se o país. A Europa que nos expulse, que nos tire a moeda que não é única (o salário médio de um português é três ou quatro vezes menor que o de um alemão) que façam o que tenham a fazer, pois eles mesmos vivem em parte às nossas custas, e eles mesmo nos aconselham a desrespeitar tratados (como o da garantia do Serviço Público Audiovisual), eles mesmo nomearam um ex-comissário do Goldman Sachs - que aconselhou os gregos a esconder o défice - para primeiro-ministro grego e atualmente italiano. Eu quero ser Português, mas sem vergonha de o ser e desde que ainda haja um país, uma Constituição, um território mas, sobretudo, um POVO!

 

13 de Setembro

 

Eu sei que há mais vida para além de política,- digam isso à Comissão de Trabalhadores da RTP, aos desempregados ou a quem não tem nada a perder já - mas pelo caminho que leva a política, dentro de pouco tempo arriscamo-nos a não poder ter vida de todo.