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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Daniela Uma Nova Amizade

 

 

Neste post quero partilhar com todos vós uma história que há muito tempo tenho aqui "na gaveta". Foi uma hitória que se pode dizer, feita por encomenda.

 

 

 

Uma dedicatória a uma pessoa que conheci este ano de 2008 e com quem aprendi a escrever umas coisas diferentes e graças a quem me delatei muito tempo a ler os seus poemas.

 

 

 

Para vocês aqui fica "Daniela Uma Nova Amizade" que podem ler neste formato PDF. Se tiverem alguma dificuldade na leitura basta clicar no botão ao canto superior direito para verem em ecã inteiro.

 

Daniela Uma Nova Amizade


 

João Pereirinha

Nem quero falar

 

 

Crash da bolsa na América, na Europa, no mundo inteiro? Nem me apetece falar. A especulação do petróleo faz aumentar o preço dos combustíveis? Nem me apetece falar. O estado não se interessa pela classe operária e os que dizem interessar-se são os que ainda mais a achincalham? Nem apetece falar.

 

Na realidade, nem me apetece falar de nada. Mais vale estar calado. O silêncio é por vezes mais ensurdecedor que os berros.

 

Não há muito que falar, também se trata de um facto. A miséria está à tona. A primeira década do século XXI foi um total desastre, classifico eu, que não tenho nada a dizer.

 

O mundo não ia acabar em 1999? Ou em 2000?... Acho que acabou, por ser verdade. O pormenor é que, está a acabar aos poucos e não de imediato.

 

Veja-se. Começa-se o século com uma fraude eleitoral de Bush sobre Al Gor; Depois para consolidar mandam-se abaixo os dois maiores edifícios do mundo, matando cerca de 5mil e muitas pessoas, sem se saber ainda hoje os verdadeiros culpados quanto a isso, uns falam em atentados terroristas, outros na teoria da conspiração; com isso mandam-se soldados para o Paquistão, há quê? Oito anos? Sim, mais ou menos, e ainda não encontraram o homem? Bem, depois, o mundo de olhos vendados, patrocina, quase em uníssono, uma guerra no Iraque para terminar com as inexistentes armas de destruição massiva;

 

E o que conseguiram hoje com isso? Nada, pelo menos de positivo. E quem sofre com isso? Os que andam na linha da frente; os mercadores e negociadores de mármore por exemplo, aqui da nossa zona, que deixam de poder ou conseguir comercializar com países árabes, que só por acaso representavam grande parte do mercado; quem sofre são aqueles que todos os dias têm que andar de automóvel e pagam o aumento dos combustíveis;

 

E o que conseguiram com isso? Nada, pelo menos de positivo. Mas, eu nem quero falar sobre isso. Porquê? Porque depois, J. W. Bush é eleito durante mais 4 anos para liderar a maior nação do mundo. Maior…

 

Falemos um pouco de Portugal? Eu nem quero falar sobre isso, mas… Portugal, terra de grandes navegadores, escritores e doutores da medicina, dá ao mundo… dá ao mundo a base das Lajes… E apresenta-se com uma frase: “O país está de tanga!”. Pronto, e dois anos depois dá um presidente à Comissão Europeia, é justo. Entretanto o “cherne” passa a pasta ao gigolô por seis meses; pois agora pensando bem, já sei a que se refere a Manuela Ferreira Leite com “seis meses de ditadura”; e este dá ao nosso conterrâneo a pasta dos assuntos do mar? Pelos visto Paulo, não era por muito tempo, compreendo que te tenhas sentido um “peixinho fora de água”, mas o que interessava nesses tempos eram as maiorias absolutas, enquanto se brincava às Democracias aqui neste que não passa cada vez mais de um “Portugal dos Pequeninos”.

 

Enquanto isto se passa, organizamos o melhor Europeu de Futebol de sempre; “Pão, Circo e Jogos”. Bem, falta o pão… pois esse falta cada vez mais na mesa de cada um…

 

Mas enquanto aqui se joga à bola, rebenta mais uma estação em Madrid e uns tantos explosivos em Londres. Mas o que é isso minha gente, quando aqui mesmo ao lado, e olhem que é mesmo perto, rebentam minas e autocarros a toda a hora, em Israel e Bagdad, por exemplo.

 

Mas falávamos do quê? A primeira década do século? Ah, nem me apetece falar disso. 

 

Há quem faça musicas a perguntar: “Where is the love?” e ainda vamos em 2004.

 

Ora, já falei da guerra no Iraque, mas não é só lá que há guerra. Olhamos para o sul e veja-se minha gente, nem quero falar disso. O mundo realmente está para acabar, com tantas ditaduras a devastar cada “país”, se é que muitos serão reconhecidos como tal, e nações sendo arruinados por milícias sedentas de poder, dinheiro e muito sangue, autênticos dominadores de multidões, que hoje vêm pedir comida a Portugal e que amanhã estão a plantar mais uma mina, em vez de mais uma batata.

 

Entretanto temos um “Filósofo” num dos cargos mais importantes da nossa Democracia. Maioria absoluta, liberdade absoluta.

 

Acham que me deva tornar mais actual nos factos? Opa, mas eu nem me apetece falar disso.

 

Ora, os anos rapidamente passam e pouco ou nada vai mudando nesta queda abrupta em degradação, mas Al Gor lá vai pelo mundo alertando para os perigos ambientais que sofremos, mas para que é que isso interessa? Ele que fale disso à vontade, que neste mundo o que não falta é gente que nem lhe apeteça falar disso.

 

Pois, porque enquanto nas nossas manchetes aparecem os resultados do Porto na Europa, ou o Campeonato do Benfica há 4 anos, ou o desaparecimento da menina inglesa no Algarve, ou até os golos do Cristiano Ronaldo, ou qualquer uma das suas namoradas (cada uma mais descascada que a outra), a Galp vai aproveitando para subir o preço dos combustíveis sem que muitos deparem de imediato com o flagelo que se aproxima. E o estado lá vai fazendo publicidade aos famosos 3% de défice há tanto tempo por alcançar, boa, entre a riqueza que gerámos e as dividas que contraímos, só tivemos 3% de défice (desculpem-me a grosseria dos números).

 

Enfim… eu nem me apetecia falar disto, mas… estamos a dois anos de terminar a primeira década deste século e o mundo está pior que nunca. As energias do planeta estão-se a esgotar. É capaz de haver hoje tantos mortos por dia em todo mundo, vítimas de guerra, como nos tempos das grandes guerras. A América dá ao mundo um presidente negro, chamado de Barack Obama, que muitos vêm com um messias e nós damos um Magalhães, quando o que precisávamos era de um Marquês de Pombal, que erguesse isto tudo de novo.

 

Obama diz que podemos mudar o mundo; Que podemos reconstruir o mundo; Que podemos acabar com as desigualdades…

 

Yes we can??

 

Ah… eu nem sequer me apetece falar disso!   

 

 

 

 

 

 

 

João Pereirinha,

 

05.12.2008