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Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Vetores da Inutilidade

Poesia, Atualidade, Crítica, Opinião, Artes e Cultura. Um blog por João M. Pereirinha

Nascer Inato

 

Nasci pequeno em tamanho

Na terra onde vim a crescer.

Cresci na escola, em tamanho,

E aprendi a escrever

As letras do alfabeto.

Vivi aqui bem perto

Deste Palácio sem tecto

Formado por paisagens grandiosas.

Apendi a amar, como Alberto,

Esta Força das paisagens,

Beleza e formas Viçosas

Na essência, pureza e ramagens.

 

Teimoso, fiquei

Na janela do meu terraço

Sob os montes e vales

Que a vista vê. Provei

Laranjas, azeitonas e melaço

Que me souberam ao que provei

E toda a tarde me deliciei.

Pior de todos os males

Seria se não pudesse ver,

Ou ficar surdo ou parvo de sentidos.

Pois se não pudesse perceber

Com os olhos ou ouvir com os ouvidos,

Os verdes e os ruídos

Disso seriam nada

E, quando me sentasse na esplanada

Do meu terraço, o cheiro teria

Que ser mais do que é! Seria

Ele ar, água e chão deste lugar

E tudo isso teria que me lembrar.

 

João Pereirinha

09 de Junho, 2010